Zapata

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A revolução mexicana foi a primeira grande revolta popular do século XX. Uma das suas principais causas foi a questão agrária. A extinção das terra comunitárias e os processos de modernização do país limitaram o acesso dos camponeses e povos indígenas à terra, podando seu modo de vida e subsistência. As políticas liberais instauradas ao longo do século XIX facilitavam a concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários e as diferenças sociais aumentaram gerando mais fome e miséria. O estopim para a revolução foi a tentativa de mais uma reeleição de Porfírio Diaz, que estava manipulando sua permanência no poder há mais de 30 anos. 

Uma vez derrubado o governo de Diaz, era esperado que a revolução acabasse, porém o povo organizado nos exércitos populares decidiu continuar o processo revolucionário para a conquista das demandas sociais que não tinham sido atendidas com a troca de governo, como a reforma agrária. Ao longo de algumas décadas, depois de conquistas e derrotas,  os integrantes que restaram do movimento foram se institucionalizando em partidos e no governo e acabaram se afastando de suas bases populares. 

"Reforma, Liberdade, Justiça e Lei."

Quase 100 anos depois, essas mesmas demandas por terra e autonomia fizeram os camponeses indígenas do sul do México se levantarem. O Exército Nacional Libertador Zapatista (ELZN) se inspira no líder do Exército Libertador do Sul durante o processo revolucionário iniciado em 1910, Emiliano Zapata, e em seus ideais para construir sua luta anticapitalista.

"Teto, terra, trabalho, pão, saúde, educação, independência, democracia e liberdade. Estas foram as demandas na longa noite dos 500 anos. Estas são, hoje, as nossas exigências."  - Manifesto Zapatista em Nahuatl