Antes do bordado, Ibitinga era uma cidade essencialmente rural do interior do Estado de São Paulo, como tantas outras. Economia baseada no café com alguma outra produção de gêneros alimentícios para fornecimento local. A situação começou a mudar depois da crise nos anos 30.
Os salões de bordado mais antigos da cidade abriram suas portas na década de 40, e nasceram e cresceram bastante no meio de maioria trabalhadora feminina antes da entrada dos homens e das máquinas computadorizadas na produção do bordado.
Atualmente uma grande parte do bordado produzido em Ibitinga é computadorizado. Bits comandam fileiras de agulhas coordenadas a bordar um o mesmo desenho digitalizado. Para além das grandes empresas, entre os muitos artesanatos feitos na cidade hoje em dia, pouco ainda resiste daquele bordado do início, daquelas mulheres, feito na máquina de costura artesanal, ou semi-industrial, onde a destreza, o talento, a atenção e a prática são determinantes do resultado final.
Sempre gostei de dizer que eu pilotava a máquina de costura, se esse é o caso, essas mulheres fizeram/fazem acrobacia.
O bordado que eu faço é um processo totalmente manual, seria como caminhar, passo a passo, ponto a ponto, linha na agulha, agulha na mão, passeando a linha por entre a trama do tecido, tranquilamente... enquanto elas pilotam máquinas ferozes desafiando a velocidade das engrenagens e o tempo para, em movimentos precisos, apresentar linha em forma de arte.