"Um cigano corpulento, de barba rude e mãos de pardal, que se apresentou com o nome de Melquiades, fêz uma truculenta demonstração pública daquilo que ele mesmo chamava de a oitava maravilha dos sábios alquimistas da Macedônia. Foi de casa em casa arrastando dois lingotes metálicos, e todo o mundo se espantou ao ver que os caldeirões, os tachos, as tenazes e os fogareiros caíam do lugar, e as madeiras estalavam com o desespêro dos pregos e dos parafusos tentan do se desencravar, e até os objetos perdidos há muito tempo apareciam onde mais tinham sido procurados, e se arrasta vam em debandada turbulenta atrás dos ferros mágicos de Melquiades. "As coisas têm vida própria - apregoava o cigano com áspero sotaque - tudo é questão de despertar a sua alma.""